Mulheres e ação climática: tecendo resistência desde o Sul Global
Mulheres da comunidade Puente Viejo, Guatemala, se reúnem perto de um jardim comunitário.
A Terceira Conferência da Terra Árabe, realizada em Rabat, no Marrocos, de 18 a 20 de fevereiro de 2025, abriu uma série de possibilidades para melhorar as políticas e práticas de governança da terra no Mundo Árabe. Desde o lançamento de várias iniciativas inovadoras até o empoderamento de mulheres e jovens e a promoção da transparência de dados e da excelência acadêmica, o evento apresentou compromissos e trabalho colaborativo que moldam o futuro da governança de terras na região.
No Dia Internacional das Mulheres, refletimos sobre a interseção entre os direitos à terra e a igualdade de gênero por meio de uma compilação de recursos apresentados na plataforma do Land Portal. O acesso das mulheres à terra e o controle sobre ela são fundamentais para alcançar o desenvolvimento sustentável, o empoderamento econômico e a justiça social. Entretanto, apesar dos compromissos internacionais, as barreiras estruturais continuam a impedir a participação plena das mulheres na governança da terra.
As consequências da emergência climática refletem, entre muitos exemplos, em uma maior incidência de pandemias, enchentes, deslizamentos, furacões, enfim, eventos extremos da natureza. As mulheres estão entre os grupos mais vulneráveis à crise climática em diferentes aspectos. Também são as responsáveis pelas tarefas de reprodução e de cuidados da vida. Deixando claro que isso não tem a ver com gênero, mas sim com a estrutura da nossa sociedade.
Sob a coordenação da série Diálogos da Terra, o primeiro webinário da série deste ano, "Gênero e biodiversidade: como as mulheres indígenas e de comunidades locais protegem a natureza", foi realizado em 13 de junho de 2024. O webinário atraiu um pouco mais de 300 participantes e contou com a participação de líderes indígenas e de comunidades locais de todo o mundo. A série é organizada por um consórcio de organizações, incluindo a Fundação Land Portal, a Fundação Ford e o Tenure Facility, e esse webinário específico foi organizado em colaboração com o GATC.
A discussão sobre Políticas Públicas rurais voltadas às mulheres rurais é fundamenta para fortalecer, a participação delas no setor agrícola bem como estimular seu protagonismo,uma vez que a condição feminina traz historicamente uma posição de desigualdade se comparada ao masculino.
O 8M foi de luta na comunidade de Caranguejo Tabaiares. Foi dia de caminhar pela comunidade, e nos reconhecer na luta cotidiana pela vida das mulheres e pela sobrevivência. As participantes levaram cartazes com mensagens importantes sobre os direitos das mulheres, com frases que enfatizam a necessidade de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres, feminicídios e violência doméstica. Caminhamos pelos becos e ruas dentro e fora de Caranguejo a fim de mostrar o cansaço por intermináveis horas de trabalho e para reclamar nosso direito de permanecer e defender o nosso território tão desejado pelo capitalismo e a especulação imobiliária.
Em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, este resumo do "O que ler" oferece uma seleção de algumas das publicações essenciais para quem deseja entender a relação entre terra, segurança alimentar e as mulheres.
Desde a incorporação forçada em 1894, a história da Costa do Caribe da Nicarágua tem sido marcada pela colonização e exploração de territórios indígenas e afrodescendentes, favorecendo a hegemonia mestiça e despojando as comunidades de seus modos de vida e de sua relação com a Mãe Terra. Apesar de existirem leis que protegem suas terras, o neocolonialismo persiste com concessões de mineração, extração de madeira e pesca, enquanto o governo impõe suas autoridades e promove o neoextrativismo, tudo isso perpetuando as opressões.